quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Vibrações


Está acontecendo algo errado comigo. Em situações normais eu não aceitaria ser recebido com golpes de caratê e armas apontadas para minha cara, afinal, isto não é o que chamo de recepção calorosa. Mas mesmo sem qualquer senso de hospitalidade, não consigo ficar irritado com a Dru.

Depois de toda a confusão que criei com a minha chegada inesperada à sua casa, pude ver como a menina está completamente perdida. Ela não sabia nada a meu respeito, sobre o desaparecimento do seu pai e nem dos riscos que está correndo.

Ela tem muito o que aprender e eu sinto que preciso ajudá-la a se virar nessa batalha que é o mundo real. E mesmo sem admitir, sei que por baixo de toda sua desconfiança, a Dru sente algo por mim. Isso fica na cara quando ela se aproxima.

E se eu percebi essa vibração estranha entre a gente, o amiguinho oriental dela também pode ter sacado tudo. É bom que esse Graves não venha com demonstrações físicas de ciúme. Ele já tem idade suficiente para levar um corretivo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Problemas na Escola


Eu sabia que a idéia do Graves da gente voltar pra escola era uma furada. Também, quem mandou eu me deixar convencer tão facilmente? Se eu soubesse do problema que eu teria com a bruxa da Bletchley, não teria passado nem perto da sala de aula.

Por mais que tenha sido um prazer ver os sebosos da turma darem um chilique e aquela monstra que se acha professora se dando mal, confesso que fiquei bolada. O Graves ficou lá, paradão, sem fazer nada e eu não tinha outra coisa a fazer além de sair fora.

Claro que a risada que eu dei ao fugir da sala foi desnecessária.

Mas Graves não precisava correr atrás de mim e me dar um empurrão. Também, não ajudou em nada ele me dar uma bronca. Eu estava em choque, não consegui ouvir nem metade do blá-blá-blá dele. Graves viu minha reação e baixou a bola. Ele não teria coragem de continuar brigando comigo, me vendo chorar como uma menininha.

Só não entendi aquela história de “namorada”. Quem esse moleque tá pensando que é?

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ciúme?


Qual é a desse Christophe? O cara aparece do nada, cheio de marra, com essa roupinha de playboy e querendo mandar em tudo? Quem ele pensa que é? Eu e a Dru estávamos nos virando muito bem sozinhos. Quando será que ele vai perceber que não precisamos de um mauricinho pra mandar na gente?

Mas o pior de tudo é ver que a Dru está dando trela pra ele. Já peguei uns olhares de peixe morto que ela lança pro cara. Só espero que ela não esteja afim desse Christophe. Ela não sabe nada dele. Quem garante que o cara não está armando pra cima dela?

Quem? Eu com ciúme?!?! Nada a ver! Eu só me preocupo com quem a Dru anda por aí!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Guarda costas por acaso

Dwight Anderson poderia ter sido mais útil se não fosse um sujeito tão teimoso. É claro que o velho Dwight era durão, mas nunca seria duro o bastante para enfrentar os perigos a que ele se dispôs.

Eu tinha avisado, mais de uma vez, que só mesmo a sorte explicaria ele ter ido tão longe em sua missão. Dwight tinha se envolvido com gente perigosa, perigosa demais para um simples humano querer encarar. Ele se arriscava demais. Eu disse para ele ir embora e deixar as coisas como estavam.

Mas o turrão me ouviu? Claro que não! Agora quem tem que dar uma de anjo da guarda da sua filha Dru, sou eu. Como se eu já não tivesse problemas demais. Espero que a garota não tenha puxado o gênio do pai. A última coisa que eu preciso agora é ser babá de uma adolescente teimosa e metida a heroína.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ano novo, vida nova?

A chegada de um novo ano sempre me deixa meio pra baixo, fico caladona, sem ter o que falar. Se antes essa era uma ocasião triste, imagine agora que estou sem meu pai.

Essa época me faz lembrar dele. Dos vários fins de ano que passamos separados, de como ficava triste quando via outras crianças ganhando presentes de seus pais e eu só tinha a minha querida avó para me consolar. Ou então, depois que ele reapareceu, quando não importava o natal ou o réveillon: o mundo inteiro poderia estar festejando, mas se fosse necessária uma mudança imprevista, saíamos correndo de uma cidade para outra.

Outro ano chegou, perdi meu pai mais uma vez, mas essa foi a única mudança em minha vida. No resto, ela continua uma loucura total. Ainda tenho que me virar com essas coisas do mundo real que vivem aparecendo em meu caminho.

Pelo menos não estou sozinha. O Graves é apenas um garoto, não sabe quase nada da vida e muitas das vezes me enche o saco, mas ainda assim é alguém com quem posso contar. Não compensa a falta de um pai, mas já é um começo.

Será que esse ano novo vai trazer algo de novo na minha vida?